Apesar das promessas de recomposição orçamentária feitas pelo governo federal, os recursos discricionários destinados às universidades federais em 2024 continuam abaixo dos valores praticados nos anos de 2016 a 2019 — período que abrange o fim do governo Dilma Rousseff, a gestão Michel Temer e o início do mandato de Jair Bolsonaro, antes da pandemia.
Essas verbas são essenciais para o custeio das universidades, cobrindo despesas operacionais como contas de água, energia, limpeza, manutenção, internet e segurança, além de benefícios como auxílio-alimentação e transporte dos servidores.
Levantamento do centro de estudos SoU_Ciência mostra que, mesmo com aumento registrado em 2023, o montante caiu novamente em 2024, totalizando R$ 5 bilhões — abaixo dos R$ 5,2 bilhões do ano anterior e ainda distante dos R$ 6,7 bilhões liquidados em 2016 (valores ajustados pela inflação).
Durante a pandemia, os repasses chegaram a cair para R$ 3,5 bilhões em 2021. A Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) reforça que as universidades seguem enfrentando dificuldades operacionais e pedem recomposição de ao menos R$ 2,5 bilhões para garantir o funcionamento básico.
Especialistas como Weber Tavares, ex-coordenador de orçamento do MEC, reconhecem avanços sob Lula, mas afirmam que os valores ainda são insuficientes para a manutenção adequada do ensino superior público federal.