O mercado farmacêutico brasileiro deu um importante passo nesta sexta-feira (1º) com o anúncio da EMS de que suas primeiras canetas de liraglutida, substância usada no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, começaram a ser distribuídas para grandes redes de farmácias. Produzidas integralmente no Brasil, as canetas são vistas como o “Ozempic brasileiro”, alternativa nacional mais acessível em comparação aos medicamentos importados da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk.
As canetas Olire (para obesidade) e Lirux (para diabetes) serão vendidas inicialmente em farmácias das redes Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco, com disponibilidade em parte das lojas físicas e nos canais online, especialmente no Sul e Sudeste do país. A distribuição será ampliada para outras regiões nas próximas semanas.
A EMS, que pertence ao grupo NC e afirma ser o maior laboratório farmacêutico do Brasil, investiu mais de R$ 1 bilhão na construção de uma fábrica de peptídeos em Hortolândia (SP), inaugurada em 2024, para viabilizar a produção nacional dos medicamentos.
A liraglutida pertence à mesma classe da semaglutida — princípio ativo do Ozempic e do Wegovy — e foi uma das primeiras moléculas do tipo análogos de GLP-1 a demonstrar eficácia no controle da glicemia e na perda de peso. O princípio ativo também é o mesmo do Saxenda, da Novo Nordisk, utilizado amplamente no combate à obesidade.
Os preços sugeridos são os seguintes:
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R$ 307,26: embalagem com 1 caneta
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R$ 507,07: Lirux com 2 canetas (diabetes)
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R$ 760,61: Olire com 3 canetas (obesidade)
Segundo a farmacêutica, a previsão é de que até o final de 2025 o mercado conte com 250 mil unidades disponíveis, com meta de atingir 500 mil canetas até agosto de 2026.
O lançamento coloca a EMS à frente da farmacêutica Hypera Pharma, que também pretende entrar no mercado de análogos de GLP-1. A Hypera planeja lançar seu produto com semaglutida após a queda da patente do Ozempic, prevista para março de 2026. No ano passado, a EMS chegou a propor uma fusão com a Hypera, mas a oferta foi recusada. Ainda assim, aumentou sua participação na rival, alcançando 6% do capital da companhia até o final de 2024.
Com a entrada de produtos nacionais e preços mais competitivos, especialistas esperam um aumento no acesso ao tratamento de obesidade e diabetes, condições que afetam milhões de brasileiros e que têm relação direta com o risco de doenças cardiovasculares, hipertensão e outras comorbidades.
Com informações da EMS e das redes de farmácias.