Dilma é reeleita à presidência do Novo Banco de Desenvolvimento e critica a Folha
Recondução ao comando do banco dos BRICS reforça liderança de Dilma, que recuperou finanças e ampliou a atuação da instituição. Em entrevista, ela rebateu acusações do jornal Folha de S.Paulo e relembrou episódio de fake news antes das eleições de 2010.
Por Administrador
Publicado em 24/03/2025 10:50
Notícia

Dilma Rousseff foi reconduzida à presidência do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), sediado em Xangai, durante o Fórum de Desenvolvimento da China, em Pequim, neste domingo (23). A indicação para o segundo mandato foi articulada pelo presidente Lula e apoiada pela Rússia. Em sua gestão, Dilma reestruturou o banco, recuperou sua liquidez e elevou a classificação de risco da instituição.

Durante o evento, a ex-presidenta do Brasil fez duras críticas à Folha de S.Paulo, acusando o jornal de publicar notícias caluniosas sobre sua gestão no NDB. Dilma ainda relembrou o episódio de 2009, em que o jornal divulgou como autêntico um documento sem comprovação de origem, usado para tentar desgastar sua candidatura contra José Serra nas eleições de 2010. “Agora, vocês têm que parar de fazer ficha falsa, tá? Conhece a ficha falsa? Lembra dela?”, declarou em entrevista.

A reeleição de Dilma ocorre em meio ao fortalecimento do NDB, criado pelo bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Quando assumiu a presidência, em março de 2023, a instituição enfrentava dificuldades financeiras, incluindo falta de liquidez, problemas na emissão de títulos (os Panda Bonds, na China) e ausência de um comitê executivo de governança. Sob sua liderança, o banco recuperou a credibilidade, voltou ao mercado de capitais — captando US$ 14 bilhões em diversas moedas — e teve sua classificação de risco elevada para "AAA" pela agência japonesa JCR.

No Brasil, o NDB aumentou os desembolsos de 12% para 18% do total, financiando projetos como o Hospital Inteligente, em parceria com a USP, e um programa de infraestrutura hídrica na Paraíba. Internacionalmente, o banco ampliou sua presença, com a adesão da Argélia em 2024 e negociações para entrada do Uruguai e outros 17 países interessados.

 

A recondução de Dilma marca a consolidação de sua gestão no NDB, que se tornou referência em governança e financiamento sustentável para países emergentes. Além disso, reforça sua trajetória de resiliência política e administrativa, mesmo diante de desafios e críticas. “O BRICS é um fator de estabilidade em tempos de incerteza. O parâmetro das relações internacionais não pode ser a força, tem que ser o respeito entre os países”, afirmou Dilma, destacando o papel estratégico do banco para a construção de um mundo multipolar.

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