Um esquema de descontos previdenciários ilegais em aposentadorias e pensões do INSS colocou o Maranhão no centro de um escândalo nacional. Segundo investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal, seis municípios maranhenses estão entre os que registraram a maior proporção de descontos indevidos em todo o país. As cobranças, na maioria das vezes realizadas sem consentimento dos beneficiários, eram justificadas como mensalidades associativas vinculadas a sindicatos e entidades, por meio de Acordos de Cooperação Técnica com o INSS.
O prejuízo total do esquema, que operou entre 2019 e 2024, é estimado em cerca de R$ 6,3 bilhões. Só no Maranhão, dezenas de milhares de aposentados e pensionistas tiveram parte de seus benefícios descontados por entidades das quais nem sequer sabiam ser filiados. Em cidades como Raposa, a irregularidade foi flagrante: de 135 beneficiários analisados, apenas 31 haviam autorizado os descontos.
A gravidade do caso resultou no afastamento do presidente do INSS e na suspensão de todos os acordos com as entidades envolvidas. A Advocacia-Geral da União (AGU) busca agora o ressarcimento dos valores desviados. Enquanto isso, os órgãos federais recomendam que beneficiários monitorem seus extratos no aplicativo Meu INSS e denunciem qualquer cobrança irregular, especialmente sob a rubrica “mensalidade associativa”. O caso expõe falhas graves de fiscalização e alerta para a urgência de maior proteção aos aposentados e pensionistas do país.