Operação Cambota: PF prende suspeitos de fraude bilionária no INSS
Nova fase de investigação mira esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões; mandados de prisão são cumpridos em São Paulo e no Distrito Federal.
Por Administrador
Publicado em 15/09/2025 09:13
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Imagem da Polícia Federal divulgada para a imprensa sobre a operação. (Foto: Paula Laboissière - Agência Brasil)

GERAL - A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira (12) a Operação Cambota, uma nova etapa da investigação que apura um esquema de fraudes e descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do INSS. A ação cumpre dois mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal.

 

Segundo a PF, a operação é um desdobramento da "Operação Sem Desconto", deflagrada em abril, e busca esclarecer crimes como obstrução de Justiça, ocultação de bens e possíveis tentativas de alguns investigados de atrapalhar as apurações. As ações foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Fraude de R$ 6,3 bilhões

 

A Operação Sem Desconto, que começou em abril, investigou entidades que teriam descontado cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Na época, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) cumpriram mais de 200 mandados e afastaram seis servidores públicos.

 

Paralelamente, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional que investiga a fraude aprovou, na quinta-feira (11), a quebra de sigilos bancários, fiscais e telemáticos de cerca de 400 suspeitos, incluindo os empresários Antonio Carlos Camilo Antunes ("Careca do INSS") e Maurício Camisoti, e o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. A CPMI também já havia aprovado pedidos de prisão preventiva para Antunes, Camisoti, Stefanutto e outros 18 investigados.

 

Ressarcimento em andamento

 

Em agosto, o INSS informou que cerca de 1,6 milhão de aposentados e pensionistas que foram vítimas dos descontos indevidos já receberam R$ 1,084 bilhão em ressarcimentos. Os valores, referentes a débitos feitos entre março de 2020 e março de 2025, estão sendo pagos em parcela única, diretamente na conta dos beneficiários.

 

O dinheiro para o reembolso veio de uma medida provisória que liberou R$ 3,31 bilhões. Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu o bloqueio de R$ 2,8 bilhões em ativos das associações e empresas investigadas, que serão usados para cobrir os gastos do governo com os ressarcimentos.

 

A contestação dos descontos pode ser feita até 14 de novembro de 2025, e a adesão ao acordo com o INSS continua disponível mesmo após essa data.

 

Fonte: Agência Brasil

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