SAÚDE - A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta após o número de casos de sarampo nas Américas aumentar em 34 vezes em 2025, em comparação ao ano anterior. Dez países da região registraram a doença, totalizando mais de 10 mil confirmações e 18 mortes. Os dados mostram que a doença está se espalhando rapidamente, principalmente entre pessoas não vacinadas.
No Brasil, apesar de o número de casos ser menor em comparação a outros países, o aumento levanta preocupação. Até o final de agosto, o país registrou 24 casos, sendo 19 deles no estado do Tocantins.
Ações de vacinação reforçadas em estados vizinhos
Para evitar a disseminação do vírus, o Ministério da Saúde, em parceria com governos estaduais e prefeituras, vem intensificando as campanhas de vacinação. Por conta da proximidade geográfica com o Tocantins, o Maranhão também entrou no radar das autoridades.
Em resposta ao avanço da doença, foram realizadas ações de imunização em diversas cidades maranhenses, incluindo Imperatriz, que faz fronteira com o Tocantins. Essa estratégia visa proteger a população local e evitar que a doença se espalhe para outras áreas do estado.
Risco de reintrodução e a importância da vacina
Segundo a Opas, a maioria dos casos de sarampo registrados em 2025 ocorreu entre pessoas não vacinadas. Isso demonstra a urgência de elevar as coberturas vacinais para, no mínimo, 95% e, assim, criar uma proteção coletiva.
No Brasil, a vacinação regular contra o sarampo prevê a aplicação de duas doses: a primeira aos 12 meses e a segunda aos 15 meses de idade. A infectologista Marilda Siqueira, da Fiocruz, ressalta que "as crianças que não têm as duas doses registradas na caderneta não estão totalmente protegidas".
Apesar dos recentes avanços na cobertura vacinal no Brasil, a situação geral nas Américas ainda está abaixo da meta. Em 2024, apenas 89% da população recebeu a primeira dose da vacina e somente 79% a segunda.
O sarampo é uma doença altamente contagiosa que se espalha pelo ar. Os sintomas incluem febre alta, erupção cutânea, congestão nasal e irritação nos olhos. Em casos graves, pode evoluir para pneumonia, encefalite e até cegueira, especialmente em crianças desnutridas. A vacinação é a única forma eficaz de prevenção.
Fonte: Agência Brasil