O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou na noite desta quinta-feira (5/6) o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para suspender a ação penal em que ele é réu no processo sobre a suposta trama golpista após as eleições de 2022.

A solicitação havia sido protocolada horas antes pela equipe jurídica do ex-presidente, que argumentou que não teve acesso integral às provas anexadas ao inquérito e que Bolsonaro só poderia ser interrogado após os depoimentos de testemunhas dos demais núcleos da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

No despacho, Moraes foi direto:

“Diante do exposto, nos termos do art. 21, indefiro os requerimentos formulados pela defesa de Jair Messias Bolsonaro. Ciência à Procuradoria-Geral da República”.

Segundo os advogados, os materiais entregues pela Polícia Federal foram disponibilizados por meio de links com milhares de gigabytes de dados, sendo que parte ainda estaria inacessível. A defesa também solicitou a possibilidade de participar das audiências de testemunhas para exercer o contraditório e a ampla defesa.

Apesar das alegações, Moraes rejeitou os argumentos, mantendo a programação das oitivas, que terão início na próxima segunda-feira (9/6). O interrogatório de Bolsonaro também está previsto nessa fase.

A decisão marca mais um avanço no processo que investiga a tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022, colocando o ex-presidente no centro de uma das ações penais mais sensíveis em tramitação no STF.