A operação da Polícia Federal realizada na sexta-feira (18), que determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, gerou ampla repercussão nas redes sociais. Segundo levantamento do Instituto Quaest, a maioria das publicações foi favorável à medida, revelando o grau de polarização e reatividade do ambiente digital brasileiro.

Entre 0h e 17h da sexta-feira, foram monitoradas 1,3 milhão de postagens sobre o tema. Dessas, 59% apoiaram a ação da PF, enquanto 41% a criticaram. O estudo identificou 418 mil autores únicos, com 72 mil comentários por hora e um alcance médio de 113 milhões de visualizações por hora. A expressão “tornozeleira” e os nomes de Bolsonaro e do ministro Alexandre de Moraes figuraram entre os termos mais buscados no Google no dia da operação, com o nome do ex-presidente sendo cinco vezes mais procurado do que a média registrada em junho.

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base em parecer da Procuradoria-Geral da República. Segundo Moraes, há indícios de que Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro articularam com autoridades dos Estados Unidos para pressionar por sanções contra agentes públicos brasileiros, o que, na visão do ministro, configuraria coação no curso do processo, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O parecer do procurador-geral Paulo Gonet apontou risco de fuga, o que reforçou a necessidade de medidas cautelares como a tornozeleira eletrônica. A Quaest conclui que o episódio gerou uma “forte mobilização digital”, com desdobramentos políticos e jurídicos que deverão seguir reverberando nas próximas semanas.