O governo federal anunciou que está elaborando um plano para devolver os valores descontados indevidamente de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), após a revelação de um esquema de fraudes que desviou cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2013 e 2019. A medida foi anunciada nesta quinta-feira (24/4) pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, durante coletiva de imprensa.
De acordo com a Polícia Federal, responsável pelas investigações, os descontos eram aplicados em nome de entidades nos contracheques dos beneficiários, sem autorização, gerando perdas bilionárias ao longo dos anos. Com a repercussão do caso, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi exonerado. Para o cargo, foi nomeada interinamente a atual diretora de Operações e Logística, Débora Floriano, que atua no instituto desde 2008.
Débora afirmou que o formato de devolução dos valores ainda está sendo definido, e dependerá do tamanho e complexidade da fraude. “Trataremos todas as informações para, em seguida, promover o ressarcimento integral dos segurados lesados”, disse.
O ministro da CGU ressaltou que os descontos indevidos serão suspensos já nos contracheques de maio, e orientou que aposentados não precisam se dirigir às agências do INSS para se proteger da fraude. Segundo ele, o governo trabalha em uma força-tarefa para garantir justiça e transparência no processo de devolução dos valores.
A ação é vista como uma tentativa do governo Lula de reforçar o compromisso com os segurados e restaurar a credibilidade do INSS, abalada pelo escândalo.