Bebês Reborn viram febre nas redes sociais e levantam debate sobre saúde mental e afeto
Bonecas hiper-realistas imitam recém-nascidos e são usadas tanto para colecionismo quanto para apoio emocional; casos extremos chamam atenção de especialistas.
Por Administrador
Publicado em 15/05/2025 12:00
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Foto: Reprodução / TV Globo / Perfil Brasil

Os bebês reborn — bonecas artesanais com aparência e peso semelhantes aos de recém-nascidos — estão em alta nas redes sociais e têm gerado discussões sobre seus usos e efeitos psicológicos. Produzidas com vinil ou silicone e pintadas à mão com técnicas minuciosas, essas bonecas podem custar entre R$ 750 e R$ 9.500, dependendo do nível de realismo.

Com forte presença no Instagram, TikTok e YouTube, influenciadoras e colecionadoras compartilham rotinas com seus reborn, incluindo “cuidados” como trocas de roupa, passeios e até encenações de partos. Algumas lojas oferecem experiências de adoção simbólica, com direito a berçário e certidão de nascimento.

Além do apelo visual e afetivo, os bebês reborn também têm uso terapêutico, especialmente entre pessoas que lidam com luto, traumas ou solidão. Contudo, especialistas alertam para o risco de substituição de vínculos humanos reais, principalmente quando o apego à boneca ultrapassa o saudável.

Em casos extremos, já houve até disputas judiciais pela “guarda” de um reborn após o fim de relacionamentos, evidenciando a força do vínculo emocional criado. Para psicólogos, o fenômeno exige atenção: “É necessário saber até que ponto isso é funcional ou passa a demandar cuidado clínico.”

 

A tendência escancara os limites entre arte, tecnologia e afeto, propondo uma reflexão sobre carência emocional, solidão contemporânea e novas formas de apego. Especialistas recomendam que o uso dos reborns seja acompanhado de suporte emocional quando necessário, preservando sempre a fronteira entre a fantasia e a realidade.

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